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História sobre os Serviços Sociais do RSB

CARTA DE D. JOÃO I de 25 de Agosto de 1395 da era de Cristo correspondente à de 1433 de Cesár.
O mais antigo documento conhecido sobre providências contra incendios na cidade de Lisboa. É o nº 57 do livro 1º de El-Rei D. João I-Chancelaria Régia-Códice X do Arquivo Histórico Municipal, instalado nos Paços do Conselho de Lisboa. A fotografia é uma ampliação de um fotograma dos negativos do filme documentário Vida Por Vida, produzido em 1969.
Texto do documento:
D. João por graça de Deus rei de Portugal e do Algarve, a vós corregedor, juizes e homens bons da mui nobre e leal cidade de Lisboa, saúde. E sabede que uma carta que nos enviastes em que porquanto, por vezes, se levantou fogo em essa cidade, conteis que era bem que os pregoeiros dessa cidade, por freguesias, em cada uma noite, depois do sino de recolhença, andem pela dita cidade apregoando que cada um guarde e ponha guarda ao fogo em sua casa e que se algum fogo se levantasse, o que Deus não queira, que todos os carpinteiros e calafates venham aquele local, cada um com o seu machado, para haverem de atalhar o dito fogo e outrossim todas as mulheres que ao dito fogo acudirem trgam cada uma o seu cântaro ou pote para apagar o dito fogo e outossim porque muitos acodem e vêm a ele para roubar acordaste que os corretores que há na dita cidade cheguem aí com as suas armas para haverem de guardar que se não faça roubo e qualquer dos sobreditos que isto não fizer que pague certa a pena que nos pedistes, por mercê que nós confirmamos a dita ordenação por nossa carta e mandamos que se guardasse. E nós, vendo o que nos pedistes e enviastes, poquanto entedemos a dita Ordenação por boa e proveitosa. Temos por bem e confirmamo-la e ortugamos e mandamos que se guarde e cumpra segundo por vós é posta e, porém, vos mandamos que faceis assim cumprir e guardar e mandamos que as casas que assim derribarem para atalhar o dito fogo e se não fazer maior dano que esse conselho nem outro nenhum não seja de todo fazê-las, pois se faz por prol comum. E em testemunho disto vos mando dar esta nossa carta, dada na cidade do Porto, aos vinte e cinco dias de Agosto. El-rei o mandou por Martinho Vicente Godinho, seu vassalo e ouvidor na sua corte, o que isto mandou lavrar, não sendo aí os do seu desembargo. Alvaro Gonsalves a fez. Era de mil quatrocentos e trinta e três. Vincentins
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Primeiras medidas de protecção social

Data de 10 de Setembro de 1853 a inscrição no regulamento, estabelecido pelo Município de Lisboa, para os empregados da repartição de incêndios que "… Todos aqueles que se aleijarem no serviço dos fogos, serão devidamente contemplados pela Câmara, e preferidos por ela para todos os empregos do Município, apropriados ao seu estado físico, inteligência e mais circunstâncias".
Em 1869, o regulamento do Serviço de Incêndio da Cidade de Lisboa previa que os bombeiros feridos em serviço seriam tratados à custa do cofre da Câmara e se o acidente fosse mortal, o funeral era custeado, também, pelo mesmo cofre.
Para este último caso, a câmara solicitaria às entidades competentes amparo e protecção às viúvas e órfãos.
Em 1881 no Corpo de Bombeiros Municipais de Lisboa são aprovados os primeiros estatutos do Montepio de S. Carlos, fundado em 4 de Junho do ano anterior pelo Inspector de incêndios,Carlos José Barreiros, onde são determinados critérios para atribuição de subsídios, pensões, enterros e legados a que só os sócios efectivos têm direito. Mais tarde, os bombeiros, em homenagem ao seu fundador resolveram alterar o título da instituição para "Associação dos Socorros Mútuos, Carlos José Barreiros, dos Bombeiros Municipais de Lisboa", tendo-lhe sido concedido o qualificativo honorífico de real.
Com a passagem do Corpo de Bombeiros para Batalhão de Sapadores Bombeiros esta associação deixou de existir, tendo a sua sede própria sido incorporada no património municipal. (1930)
Anos mais tarde, (1975) foi reerguida e recriada a Associação pelo modelo à época em que se considerou extinta, graças ao esforço e empenho do pessoal Bombeiro que a tem gerido e acarinhado até aos nossos dias.